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TIC TAC

  • Foto do escritor: Gielton
    Gielton
  • 8 de out. de 2019
  • 1 min de leitura

Gielton






Quem é essa entidade que nos aprisiona? Ou nos liberta?

Anda sempre para frente, como se existisse uma meta tangível e um fim atingível. Para alguns, lento como uma tartaruga, para outros, aos passos largos de gigante. Não perdoa, às vezes atropela, noutras, afaga.

Abstrato, marca sua realidade pelo simples transcorrer, leve, suave e contínuo. Faz o dia virar noite. Amanhece as madrugadas. Põe fim à dor. Simplesmente passa. Sem paradas, mesmo quando a máquina emperra, segue adiante seu caminho descabelando os atrasados.

Durante muito tempo competi com o tempo. A lógica era aproveita-lo ao máximo. Ludibria-lo com minha esperteza. Dormir até a queda do último grão de areia era a meta para o ápice do descanso. Depois, sair na correria como um atleta disputando quem chega primeiro. Sentia-me vencedor. Dono das próprias verdades. Dono das próprias vaidades. Doce ilusão. Quase sempre ganhava: mais estresse.

Há algum tempo me tornei amigo do tempo. Redirecionei nossa relação. Mais respeito. Menos ousadia. Um pouco de ordem. Junto às primeiras rugas emparelha-se a maturidade. Essa, do estar. Essa, do sentir. Essa, do instante único. Desse, que não tem mais volta, que não tem preço. Daquele que passou despercebido. Daquilo que não foi curtido. Não como joinha fútil do Facebook, mas que mobilizou pressões no coração. Da possível expansão da consciência. Da calma para a mulher amada. Do silêncio da escuta. Do sentir a dor do outro. Do apaixonar-se por um instante...

Assim, a vida. Tempo, para que te quero?

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Textos - Gielton e Lorene / Projeto gráfico - Dânia Lima

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