AMOR FORTALECIDO
- Gielton
- 12 de set. de 2018
- 2 min de leitura
Atualizado: 18 de set. de 2018

Resolvemos ir direto para Perito Moreno - Argentina - antes de passarmos no hotel. Valeu a pena. Sabíamos, das leituras dos guias e das conversas com pessoas, que os glaciares são lindos, mas nada como a experiência pessoal vivida para trazer seu próprio significado. Tanto é que descreve-la não será uma tarefa fácil.
Primeiro, a grandiosidade. A perspectiva do gigantesco bloco de gelo incrustado entre duas montanhas, visto do alto, causa uma espécie de perplexidade. Icebergs enormes, pontiagudos nas extremidades, se juntam, uns nos outros, formando um conjunto de pura magia, da qual os olhos não alcançam. É preciso ativar outros sentidos. Algo para além do humano.
O caminho natural é descer por uma passarela de metal muito bem construída. Aos poucos, nos aproximamos do grande bloco de gelo, que começa no final de um extenso lago. Estamos agora a vinte metros, apoiados em um corrimão. Vamos nos encantando a cada olhar... Mesmo com o frio de cortar e, às vezes, um vento penetrante seguido de pingos de chuva, não se quer fazer outra coisa além de apreciar essa brutalidade da natureza. Fotos e mais fotos... Novos ângulos, outros mais... Seria o desejo de eternizar esse momento e captar as sensações indescritíveis?
O fato é que, estranhamente, ouve-se um silêncio em meio ao grande número de turistas. As pessoas sussurram baixinho, como se respeitassem instintivamente essa obra divina. Não cabem gritos, gestos bruscos, agitação. Os glaciares se impõem e nos deixam estupefatos diante de tamanha grandeza.
Ficamos hipnotizados, inebriados... Uma paz nos invade e o desejo permanece em apenas sentir essa forte energia imanente. Nada de explicações ou teorias. A experiência interna transcende qualquer tentativa de intelectualidade. A sensação de preenchimento, mesmo que momentâneo, da alma, traz um bem estar inigualável.
Depois de um café quentinho na lanchonete, voltamos outros para o mundo real. O amor fortalecido pelo compartilhar, a dois, essa vivência de instantes de plenitude.
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