top of page

INSTANTE

  • Foto do escritor: Gielton
    Gielton
  • 27 de nov. de 2018
  • 2 min de leitura

Gielton


ree

Ah, o mar. Sempre me surpreendo com seu estado de imensidão. A lonjura infinda horizonte a fora me surpreende a cada novo encontro. É forte o bastante para nos derrubar. Porém, como a palma da mão segurando uma miniatura, nos sustenta e acolhe quando flutuamos entregues à sua sorte. Assim, a vida, exige força e movimento. Ao mesmo tempo leveza e ondulação. Ir e voltar, às vezes permanecer, antes de seguir adiante. Quanta sabedoria há nessas águas.


A praia larga, grande, de areia durinha e tom amarronzado, fracamente iluminada pelo tardar do dia, deixa a paisagem ainda mais exuberante. O cenário contribui para encontros comigo e aproximações com outros.


Meu pé direito ainda dói. Motivo para subirmos em uma pedra e sentarmos. Além de apreciar o mar um pouco do alto, é possível sentir a brisa. Diferente da cidade. Aqui é úmida e deixa a pele grudenta. Recosto a cabeça sobre um murundum e deixo a energia fluir sobre corpo. De vez em quando um encostar de mãos trás a presença da companheira do lado. Algumas trocas de palavras, impressões. Um jeito carinhoso de estarmos juntos, conectados um no outro, conectados ao à toa. Sem pressa, sem afazeres urgentes.


De repente, dois meninos sobem a grande pedra. Estão brincando de arma, cada um com seu galho na mão a atirar de mentirinha. Uma jovem desce a pedra. Para, avalia o melhor caminho. Desce um pouco mais. Para novamente. Olha para um lado. Olha para outro. Decide. Desce mais um pouco, se abaixa para não cair e cuidadosamente alcança a areia. Na praia vejo um casal com três filhos homens. Penso: coitada, quanto aturar!!!


E assim, sacando as pessoas, percebendo o entorno, chego de novo a minha mulher. Bem do meu lado. Pertinho, pertinho. Quanta intimidade para calar ou falar quando der vontade. Para agradecer a presença e estar conectado. Para agradecer a viagem, o lugar, o dia, a hora. Como nos damos bem...


Assim, a vida, de instantes únicos e singulares, o amor comparece na sua forma mais simples, ou quem sabe, mais complexa.


Privilégio encontrá-la nessa existência. Obrigado, "Papai de céu".

Posts recentes

Ver tudo

Comentários


Textos - Gielton e Lorene / Projeto gráfico - Dânia Lima

  • Ícone de App de Facebook
  • YouTube clássico
  • SoundCloud clássico
bottom of page