top of page

PINGUINS

  • Foto do escritor: Gielton
    Gielton
  • 13 de jul. de 2018
  • 2 min de leitura

Chegamos em Punta Arenas. Literalmente uma ponta de terra no extremo sul do Chile. Um lugar bem distante, mas não chega a ser o fim do mundo. Mais abaixo, no mapa, ainda tem a Terra do Fogo e depois a Antártida.

Aterrissamos perto da meia noite. Conseguimos os dois últimos lugares em um micro-ônibus para o centro. Fui em pé. De repente, estávamos nós dois, no meio da madrugada, com duas malas enormes em uma grande e deserta avenida. Apesar do avançar da hora, parecia um fim de tarde. A luz solar ainda penetrava o horizonte. No verão os dias são muito longos por aqui. Andamos uns cinco quarteirões até a pousada. Tive medo no trajeto. E se pinta um ladrão? Viajamos a outros mundos como se estivéssemos em nossas terras. Não que não exista violência por aqui, mas, certamente, não como no Brasil.

Às cinco da tarde embarcamos para a Ilha Magdalena. Grande, o barco. Nos sentimos apenas mais dois nas estatísticas de turistas. Atravessamos o famoso estreito Magalhães que, na verdade, é largo pra caramba. Do barco, avista-se terra dos dois lados, mas muito, muito distante. Observando, em detalhes, o mapa dessa região, temos a impressão de que a terra escarrapachou sobre o mar, abrindo seus tentáculos. Um conjunto enorme de ilhas, penínsulas e espaços se formou entre os dois oceanos.

Não imaginava quão legal seria lá. Antes de atracarmos já era possível ver os pinguins, em grande quantidade, cerca de 60 mil, segundo o guia. Em terra firme foi possível confirmar. São muitos, milhares, espalhados por toda a ilha. É de perder de vista. Ficam reunidos em pequenos bandos amontoados em todos os cantos.

Eles migram para essa região para aproveitarem a abundância de incidência solar e procriarem. São muito bonitinhos. Andam rebolando. Alguns caminham de um lado para o outro e, de repente, atravessam bem na nossa frente. De pertinho mesmo, questão de poucos metros. Fazem poses para as inúmeras fotos de turistas abobados.


ree

É muito fofo o jeito com que bicam seus pescoços mutuamente e como os casais se acariciam. Formam pares dedicados as suas crias. Os pequeninos tem um pelo emplumado mais escuro, tendendo ao cinza. Os adultos, cuja pele é firme, branca no peitoral e preta nas costas, disputam seus pequenos territórios.

Há muito que aprender com os pinguins. Normalmente os casais cooperam no chocar dos ovos e cuidado com os filhotes. Enquanto um deles fica aquecendo o ovo em terra, o outro se lança ao mar em busca de alimentos. Quando regressa, revesam. Há espécies cuja dupla mantém fidelidade por toda a vida. A cada verão, juntos, procriam e zelam por seus novos filhotes.

E o frio? Terrível. Um vento cortante e uma temperatura bem baixa, mesmo no verão. As mãos congelam, o nariz congela, os pés congelam e o "bililiu", nem se fala.

Posts recentes

Ver tudo

Comentários


Textos - Gielton e Lorene / Projeto gráfico - Dânia Lima

  • Ícone de App de Facebook
  • YouTube clássico
  • SoundCloud clássico
bottom of page