SIESTA
- Gielton
- 3 de dez. de 2019
- 2 min de leitura
Gielton

Um sábado como qualquer outro? Só que não!
Aos poucos, a reunião começa. Escutei o portão se abrindo. Desci para ajudar. Trabalheira carregar tudo ao terceiro andar. Haja escada para subir e peso para sustentar.
Interfone:
- Oi mãe, seja bem vinda!
Interfone de novo. Dessa vez o genro com uma sacola. Nela, refri, suco e umas poucas latinhas de cerveja.
Gosto mesmo é de água com gás para acompanhar os queijos e queijos picotados sobre a tábua. O neto, não sei a quem puxou, come de boca boa qualquer um dos tipos.
As quatro bocas do fogão a todo vapor competem com às nossas bocas e línguas que não param de contar casos. Sorrisos a cada história repetida de anos e anos atrás.
Um banquete, ao modo realeza, é servido à mesa com requintes de crueldade aos de paladar aguçado. Quase como um mea-culpa à gula ativada a cada garfada. As papilas gustativas pululam como pipocas em meio à explosão de sabores. Tudo cuidadosamente preparado pela mulher da minha vida.
Restam-me os pratos e talheres sobre a pia. Confesso que não gosto muito, mas prefiro a ordem após a lavagem. Enquanto os escorredores ficam lotados e gotículas de água pingam lentamente, somos convidados a subir terraço acima.
Pensei, tenho que ser rápido. Quase terminei. Deixei algumas panelas para o filho mais novo. Mais do que justo. Para quem pouco ajuda no almoço, louças são as sobras.
A tarde estava muito quente mas, de quando em vez, soprava um ventinho de fazer inveja a qualquer ventilador. A siesta sobre colchões e tapetes esparramados pelo chão nos deram o conforto e relaxamento para brincar, conversar e rir.
Sogra e nora se empenham no cuidado com as plantas enquanto o neto se esbalda na piscininha debaixo da ducha. Bate pernas, esparrama água pelo chão. Tudo permitido. Passa pela sua motinha e aperta o botão para soar aquela música estridente e repetitiva que só ele curte.
Vez por outra, corre nos meus braços. Deita sobre a barriga e gargalha. Foi o centro das atenções e dos afetos desse sábado que deu seu ar da graça envolvendo a todos. Fortalecendo laços cuidadosamente cultivados ao longo de anos e anos.
Assim, a vida. Um brinde à família.
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