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TAPETE AMARELO

  • Foto do escritor: Gielton
    Gielton
  • 9 de set. de 2021
  • 2 min de leitura

Atualizado: 8 de dez. de 2022

Gielton





Confesso que o rastelo me foi apresentado recentemente. Para quem não conhece, é uma ferramenta semelhante à vassoura, só que, ao invés da piaçava ou pelos, possui, na extremidade, pontas separadas de plástico ou metal. Para que serve? Varrer folhas no quintal.


Aí entra uma polêmica. Folhas são orgânicas e se desintegram naturalmente. São parte da natureza. Deixemo-las quietas. Nas matas e florestas tem importante papel sobre o solo. No entanto, sobre a grama de um pequeno sítio, tapam. Escondem o verde que brota nas entranhas da terra. Então, varrer ou não esses esgalhos?


Meu lado urbano priorizou a estética do aparentemente limpo. Mais do que isso, acho gostoso reunir em pequenos montes as folhas secas caídas das árvores. Depois, vestir as luvas e transportá-las ao carrinho de mão. São leves e fáceis de empurrar. Até dá para colocar o neto em cima e brincar de caminhão. Sensação de energia gasta, de trabalho realizado. A grama fica limpinha! O monte de folhas ao fundo acumula-se.


A cidade grande nos envolve em compromissos. Fomos! Até logo, casinha de gramas, árvores e folhas secas. Retornamos em dois giros do relógio. Era noite. As sacolas cheias de mantimentos a guardar era o lado para onde se voltava nossa atenção. A Lua minguante não tinha ainda brotado no céu.


De repente, próximo à varanda, observo sobre a grama um monte de flores amarelas. Apenas flores, sem talo, em forma de cone. Caídas ou deixadas? Alegres. Espanto-me com a quantidade. Surpreendo-me. Duvido de mim. Estavam ali quando saí? Seria um fenômeno sobrenatural? Por alguns minutos fiquei desentendido. Quando... Olho para cima. Encontro um Ipê amarelo. Isso mesmo! Um Ipê amarelo no nosso jardim! Lindo, florido...


Na manhã seguinte, à luz do Sol, fotografei, cheirei, senti, toquei... Aquela árvore pelada, de folhas pequenas que tantas vezes rastelei, mora na porta da casa. Agora, tão de repente, traz esse brilho, colore nossa manhã, arboriza nossa terra. Amarelo, ainda por cima! Cor vibrante, sem ser ofuscante. Desvia nossos olhares e hipnotizam. Não há quem não pare para ver. Não há quem não os perceba, aos montes, espalhados como pontinhos em meio as montanhas. São lindos e abençoam os meses de agosto.


O tapete de flores amarelas continua lá. O rastelo encostado na parede nem ousa tocá-las. Enfeitam com brilho na medida certa nosso cantinho. Preenchem de amarelo nossa esperança! Dão cor e graça ao nosso lar.


Assim, a vida! Amar-elo!

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Textos - Gielton e Lorene / Projeto gráfico - Dânia Lima

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