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VIREI VOVÔ, DE NOVO

  • Foto do escritor: Gielton
    Gielton
  • 14 de abr. de 2021
  • 2 min de leitura

Atualizado: 20 de set. de 2023

Gielton






Cheguei gente! Rasgando corações, abalando emoções, perfurando a vida. Isso, Malu desceu. Escorregou quem nem quiabo. Nem tanto, segundo a mãe, que sofreu as dores, contraiu a força interior, transitou pelo transe. Não via, nem ouvia nada. Nada percebia... Aí, de repente, estava ela, a menina, em seu momento de ouro, como dizem as doulas de atualmente. O cordão levemente frouxo mantinha os laços, enquanto pele com pele, coração com coração, emoção com emoção fazia daquele momento, único e singular entre mãe e filha. O primeiro abraço a gente nunca esquece.


A madrugada tangia. O cansaço encontrava seu justo descanso. Sobre o móvel de cabeceira o WhatsApp vibrou. Ainda, entre o sono e a vigília, nós, avós, fomos agraciados com uma deliciosa chamada de vídeo. Quem diria isso possível há poucos anos? Contemplamos e pulsamos juntos com pai e mãe de sorrisos escancarados e medos adormecidos. De alegria estampada em cada gesto, de expressão de amor em cada olhar. De pertinho, na câmera, deu pra ver a lindeza. Existe recém-nascido lindo? Claro! Todos são aos olhos dos próximos. Semblante de anjo. Boquinha de quem já veio sabendo mamar. E as mãozinhas? Tão pequeninas! E os pezinhos? Compridos. Tudo cheira a novo. Sabor de bebê. Ensejo para todos aprenderem e evoluírem.


Ontem Malu completava seu dia dez de adaptação ao novo mundo. Corri para a porta de entrada. Os pais, famintos e exaustos, logo a entregaram. Dizem que sou fominha. Assumo. Ousei o primeiro banho. Troquei as primeiras fraldas. Quanta honra! Agora, já encorpadinha, faz do tamanho do colo do avô babão um conforto.


Passei pela sala. Desliguei a TV (tão chata ultimamente). Caminhei pelo corredor. Inebrie-me. Caí na tentação de ficar pertinho. Sozinhos. Eu e ela. Dormindo como um anjo sobre meu antebraço direito, de vez em quando, sorria. A boca miúda, o queixo menor ainda fazia beicinhos e caretas. Os olhos fechados tremiam, como se sonhasse sonhos do outro mundo. Permaneci em pé enquanto o som da casa se distanciava. Cerrei meus olhos para sentir a pequerrucha. Nossas vibrações sintonizaram. Uma bola de energia nos cobriu. Vi lindos bosques. Intensas cores, mas serenas. O verde predominava, mas tinha rosa, amarelo e lilás. Um resplandecer de vida em paz naquele pedaço de gente completa. O aconchego do colo era como um macio colchão de plumas. Sua cabecinha encaixava perfeitamente na dobra dos meus braços. Estava agora relaxada. Entregue ao sono. As mãos soltas, os braços libertos. Senti confiança. Senti entrega. Tão bom!


O almoço estava servido. Trocaria meu prato de comida por mais tempo com ela. Não, os adultos esperam por mim. Com todo cuidado do mundo pousei-a sobre a cama. Remexeu um pouquitito. De barriga para cima, apoiou os braços sobre a colcha ao lado da cabeça e continuou sonhando!


Bonito de ver!


3 Comments


thalesbl
Apr 19, 2021

Momentos tão lindos, retratados de um jeito tão belo e cuidadoso. Muito lindo sogrão, Malu escolheu a dedo a família dela. Obrigado por ser pra mim, esse grande professor pra vida.

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ctportugues
Apr 16, 2021

Parabéns aos avós e papais

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thalesbl
Apr 19, 2021
Replying to

Momentos tão lindos, retratados de um jeito tão belo e cuidadoso. Muito lindo sogrão, Malu escolheu a dedo a família dela. Obrigado por ser pra mim, esse grande professor pra vida.

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Textos - Gielton e Lorene / Projeto gráfico - Dânia Lima

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