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EU E O MAR

  • Foto do escritor: Gielton
    Gielton
  • 10 de fev. de 2022
  • 2 min de leitura

Atualizado: 25 de ago. de 2022

Gielton





Vastidão, talvez seja uma boa palavra para traduzir o mar. É tão grande quanto o mundo. A água farta intransbordável é sinônimo de mistério. Do alto, até onde a vista alcança, parece não haver limites. Sua borda toca o céu em um encontro mágico. Seria amor entre dois mundos? Dali apontam Sol e Lua diariamente. Por que não emergem molhados respingando gotículas pelo ar? O pequeno barco em pesca dimensiona a pequenez diante do imensurável. É um gigante!


De perto lambe carinhosamente os pés descalços sobre a areia. Aquele vai e vem das águas tonteia a cabeça. Os pés naufragam na areia "molhadiça" quase até os joelhos. Por pouco, o mesmo mar da imensidão, aqui no miúdo, não me tira do sério deixando-me de bunda no chão.


Mas não! Avanço passos a frente e viro criança de novo. Soco as ondas tal qual um pugilista. Como se por trás daquela espuma branca estivesse o inimigo imaginário. Deixo disso, mergulho. Afundo a cabeça. A onda passa por cima rastelando as costas. Mal a cabeça emerge e lá vem outra. Se não me cuido, embolo nela mesma. E outra mais... É preciso estar atento e esperto, senão cambalhoteio em caldo atrás de caldo.


Escolho brincar um pouco mais: jacarear. Em um átimo de segundo avanço por cima da grande onda e, como uma prancha, voo sobre as águas que me levam a roçar a barriga na areia. Suspendo-me ofegante, quase sem ar, e volto-me para o grandioso. Quero sentir de novo a velocidade tamanha misturado a faixa branca formada na pontinha da onda. Assim, de onda em onda, no momento exato, me transformo em um jacaré de orelhas para cima, braços a frente e peito aberto para o que der e vier. A diversão toma conta do espaço embebido de água e sal que contorna a pele sob o Sol deixando marcas de bronzeamento natural.


Vem, então, o momento de calmaria. Avanço além da arrebentação. Estico o corpo horizontalmente e deixo sua leveza me levar. Os braços abertos rentes a água são sinal de liberdade, de deixar ir e vir sem julgamentos ou pretensões. Agora, deleito-me com o sobe e desce quase sincronizado. Penso: para onde o mar vai me levar? Quero erguer a cabeça para assuntar. Curioso você, hein! Não, deixe-se levar. Fique à deriva! Desapegue de você mesmo, nem que seja por poucos instantes.


Assim, a vida! Há mares e mares para se navegar.


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1 Comment


ctportugues
Feb 10, 2022

Aproveitem, vocês merecem!

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Textos - Gielton e Lorene / Projeto gráfico - Dânia Lima

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