MALDADE
- Gielton
- 7 de out. de 2021
- 2 min de leitura
Atualizado: 22 de set. de 2022
Gielton
Queria escrever sobre a maldade, mas nem sei se ela existe. Talvez saltite por aí, pegando um ou outro desprevenido em encruzilhadas do pensamento. Travesseiros, mesmo os de penas mais macias, podem não suportá-la, tamanho o peso que impõe à consciência. É que ela gosta de atormentar. E como!
Ah, a maldade... Se traveste de bem querer, de generosidade, de bondade. Oferece a maçã como isca para, depois, abocanhar os incautos. Os enlaça com doçura antes de sufocar. Aí, já era. O mal já foi feito. O negócio vantajoso já onerou. O lucro financeiro sobrepujou. O prejuízo estabeleceu-se.
Ela leva vantagem? Quando? Nas aparências, talvez. No sucesso às custas de algum tombo. No roubo do amor declarado. Nas intrigas que distanciam. Só que, ninguém sabe o que virá depois da queda ou se outro amor resplandecerá. O longe pode aproximar outros.
Esses dias ela acercou-se de mim. Chegou perto, falou baixinho ao pé do meu ouvido. Fustigou desejo de vingança. Em mente dizia: "Então, tá! Se é assim, o troco será maior que se espera". Senti sua presença nas redondezas. Orbitou a mim e ao outro. Confabulou com os dois, cada qual em sua intimidade. Trapaceou!
Deitei. Fechei os olhos. Deixei o coração tremer de raiva e a mente borbulhar em pensamentos. Mantive o estado até aquietar-me um pouco. Foi a conta! Fluiu espaços entre os buracos do meu ser. Levei dos pés à cabeça. Depois, de volta, algumas vezes seguidas. Permaneci imóvel. Os sons, aos poucos, emudeceram-se. De dentro veio algo surpreendente. "Você não preciso disso. Aquilo que parece imprescindível, não o é! Deixa a vida trazer o que for para ser. Seja feliz nesse estado, em desapego".
Assim, a vida. E se a maldade bate à porta?
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