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MISTÉRIOS DO LIVRO AZUL 13|14 — O CAÇULA PRIMOGÊNITO

  • Foto do escritor: Gielton
    Gielton
  • 16 de nov. de 2023
  • 1 min de leitura

Atualizado: 29 de nov. de 2023

Gielton




Corações entrelaçados


Nesse dia, não bebeu. Foi a forma que encontrou para amenizar seu mal-estar. Não lhe cabia mais estar aqui e lá ao mesmo tempo. Entre a loucura da embriaguez e a sensatez da meditação. Entre os fantasmas dos fundos dos copos de cerveja e a bondade que invadia seu coração em flashes de lucidez. Havia algo fora da ordem. Havia algo fora do lugar.


Clarisse estranhou. Moacir permaneceu introspectivo todo o dia. Como se o silêncio dos lábios fosse a magia do dia, até bastante quente para um outono já avançado. As estações do ano não são mais as mesmas. Limitou-se a picar abobrinhas e cenouras da forma como Clarisse exigia. Nenhum copo antes do almoço. O primogênito caçula até perguntou. "Não vai tomar uma cervejinha hoje, pai?" Moacir, de poucas palavras nesse dia, apenas deu de ombros.


Apesar de não transparecer tinha orgulho de seu filho, jovem e determinado. Noivo, de casamento marcado para 2021, sentia-se inseguro quanto a possibilidade ou não da realização do grande sonho. Aguardavam, ele e sua noiva, o andar da doença pelo mundo para decidirem. Moacir, a alguns meses atrás, acompanhou o casal na compra do tão desejado apartamento. Pequeno em dimensões, do tamanho das fantasias possíveis e profundo nos significados das conquistas e quimeras de uma vida a dois. Claro, financiaram, ele e Clarisse, parte do imóvel, em um bom negócio de pai para filho. A vida parecia prometer muita felicidade aos dois. Eram lindos em pessoas!


<Imagem gerada por Inteligência Artificial>

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Textos - Gielton e Lorene / Projeto gráfico - Dânia Lima

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