PERPETUANDO
- Gielton
- 17 de mai. de 2023
- 2 min de leitura
Atualizado: 31 de mai. de 2023
Gielton

Em quantas manhãs, quase literalmente caímos da cama! É que os filhos vinham cedo se aninhar naquela coisa gostosa de carinho e afeto que só conhecemos com essa tal “intimidade em família".
Rolavam altas brincadeiras. De barriga para cima com o rostinho entre nossos lábios, dizíamos juntos "nós três, tan tan tan, nós três, tan tan tan"... e os presenteávamos com beijinhos nas bochechas. De olhinhos espertos, a criança aguardava aquela dose de amor matinal. Eles adoravam, e nós, mais ainda!
E o "papo furado de bicho"? Invenção gostosa para passar o tempo. Sabe quando a criança enjoa e quer logo fazer outra coisa ou fica entediada no banco de trás do carro? Pois é, nessas horas esse recurso era ligado.
— Vamos brincar de "papo furado de bicho"?... Qual é o bicho que tem um pescoço bem grande?
— Girafa!
A filha respondia como se ganhasse um bilhete mágico para abrir o arco-íris. Ganhava também sua vez no jogo de perguntas.
— Qual é o bicho que fura buraco na terra?
— Tatu.
Assim, as horas se passavam entre risos, descobertas, afetos e aprendizados.
Um dia, o mais novo trouxe o novo:
— Qual é o bicho menor que o micróbio?
Nos entreolhamos surpresos e perplexos. Os ombros se levantaram e as palmas das mãos se abriram indicando "não sei"!
Ele responde: "o filho do micróbio".
Caímos em prantos de tanto rir. Quanta esperteza! Que genialidade...
A brincadeira passou de filho para neto.
— Qual o maior mamífero que vive na água?
— Essa é fácil, vó. É a baleia. Agora é minha vez...
— Qual é o bicho menor que o micróbio, mas que não é o filho do micróbio?
— Nossa, essa é muito dificil! Não sei, não. Qual é?
— O irmão mais novo do micróbio!
Caímos em gargalhadas daquelas de quase nos afogarmos no próprio riso...
Assim, a vida! Passando de geração em geração!
Ancestralidade sobrevive, enquanto q "Tudo Passa"